Muitas vezes, tenho a impressão que os dias passam por mim
sem deixar marca alguma.
Não recordo do que li,
das músicas que ouvi,
dos filmes que vi,
tudo me foge com a rapidez que a lebre foge do predador.
Parece que sou vazia de tudo
e só eu sei a angústia que isso traz.
O esquecimento é uma espécie de burrice.
As minhas referências estão perdidas no fundo da mente,
inalcançáveis, sinto-me muda.
O meu saber é não saber,
está fora do alcance das mãos,
corre dos lábios,
não pode ser passado a outros ouvidos.
Não é doença e, assim sendo, não há cura possível.
Resta adaptar-me a esta prisão.
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